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Animal Consciente

11 ago

Cientistas propõe agora que animais tem consciência de serem o que são. Isso poderia ser só mais um argumento para veganistas jogarem na sua cara toda aquela magreza e pele macia características de quem não utiliza um só produto de origem animal. Entretanto, paira no ar a chance de sermos a última geração a consumir animais. Podemos estar, nesse exato momento, entrando para a história da humanidade como os derradeiros humanos onívoros, aqueles que se aproveitavam de todos os camarões ecologicamente conscientes, simplesmente os colocando em tacinhas de coquetéis com molho rose.

Por mais que ainda seja uma proposta de um grupo de cientistas, não discordo do argumento. É óbvio que animais tem consciência do que são. Dúvido muito que uma vaca argentina, sem consciência alguma, daria bifes de chorizos tão gostosos como os feitos por elas. É preciso de uma lagosta com muita consciente para ter, debaixo de uma carapaça tão dura, uma carne tão saborosa. Salmões e atuns jamais seriam deliciosos como são se tivessem noção que suas vidas seriam somente nadar, nadar e nadar, sem que ninguém pudesse experimentá-los. Para salmões e atuns, morrer de velhice é que é sofrimento.

Não é o fato de animais sentirem emoções que deveria fazer com que não consumíssemos nada que vem deles. Afinal, os guepardos das savanas sabem muito bem o valor de um carpaccio de zebra e não estão nem ligando para o que elas acham disso. Nunca ouvi falar em baleias que se comoveram e solidariezaram com um cardume de sardinhas da mesma família que passava férias nas águas geladas do Pacífico Sul. Desconfio até que, se porcos tem almas e se elas vagam em busca de seus corpos, ficariam muito, muito felizes em como são tão bem aproveitados numa feijoada completa.

Tão pouco importa também o fato do homem ter mais consciência e poder que a maioria dos animais – porque nenhum animal é mais consciente do que a preguiça, que não tem pressa de nada porque sabe que, no fundo, não vale a pena tanto esforço. A evolução tá aí desde sempre, provando por A mais B, que só sobrevive quem está mais adaptado ao meio ambiente. No futuro, quando o homo sapiens evoluir, seremos todos taxados de “aquele animal que precisava de outros animais para sobreviver”. Triste julgamento. Felizes foram os dinossauros que, antes de entrarem na decadência da espécie, morreram sem que nennhuma outra espécie, nem a deles próprios, os julgassem por seus hábitos alimentares.