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Bom, Mesmo Quando Ruim

27 jan

Pizza e sexo, dizem por aí, são as únicas coisas boas mesmo quando são ruins. É o tipo de coisa que todo mundo quer, em qualquer hora ou momento. Alguns acham um absurdo comparar sexo e pizza, mas existem motivos de sobra para, pelo menos, igualá-los. Ambos você pode pedir pelo telefone, são melhores aproveitados com vinho e ficam ainda mais gostosos com chocolate. O prazer é maior no sexo e isso poderia ser o grande diferencial. Só que a pizza, mesmo tamanho família, dá pra comer sozinho.

É claro que a preferência vai ser sempre pelo sexo. Porém, existem ocasiões em que você pode escolher a pizza sem ser motivo de piada nas próximas duas encarnações. Exemplo: passou o dia bebendo em um churrasco da turma da faculdade que não teve sequer carvão. A morena-de-shortinho-e-decote que você não lembra o nome, mas sabe que terminou o namoro só para estar lá, oferece carona no final da noite, na mesma hora que chegam as pizzas. Você fica na dúvida sobre o que comer primeiro: marguerita ou portuguesa?

Apesar de parecer, classificar uma pizza como ruim não é mais fácil que classificar sexo ruim. Para estabelecer como tal, tem que chegar ao ponto de falar na cara. Você precisa dizer o que não gostou, o porquê, como ficaria melhor e falar que nem sobre decreto de uma epístola papal voltaria a comer aquilo. Isso também vale para o sexo, com uma grande possibilidade de levar um tapa na cara entre uma reclamação e outra. Só é mais comum dizer que uma pizza tá ruim porque dificilmente você vai comer uma na mesma cama que o pizzaiolo. E um pizzaiolo nunca vai convencer o grupo de amigos dele a não vender uma meia aliche, meia calabresa para você, como fazem as mulheres com suas amigas.

Algumas comidas bateram na trave de boas, mesmo quando ruins. Brigadeiro só saiu da lista depois que inventaram leite condensado dietético. Sushi ruim até passaria, se não fosse a salmonela. Guisado da avó nunca é ruim. Achava-se, por exemplo, que todo queijo fosse bom. Aí os nutricionistas encontraram o tofú e o mito caiu. Antes que encontrassem algum problema no sorvete, no rocambole de goiabada – também conhecido como bolo de rolo – e na costelinha de ripa, definiram, de uma vez por todas, que a pizza é hors concours; que, mesmo sendo uma invenção italiana, a pizza é o Pelé dos alimentos.

É claro que sexo e pizza trazem prazeres distintos. Uma noite de sexo nunca vai matar a sua fome. E se uma pizza, por mais suculenta que esteja, é o suficiente para saciar o seu apetite sexual, você é um prato cheio para qualquer psicanalista. Também é possível que as duas coisas ao mesmo tempo não seja uma boa ideia. Fazer sexo enquanto devora uma pizza, além de causar indigestão, é totalmente brochante. Mas não se prenda às convenções tradicionalistas da culinária e da sociedade. Invente, crie e não tenha medo de errar. Para sexo e pizza, não há receita certa e nem limites. E, se numa tentativa de inovar, a pizza ou o sexo ficarem ruins, não tem problema. Vai ser bom do mesmo jeito.

Chicletes

17 ago

Antes de ler, pare e responda: você está mascando chiclete? Então pode jogar fora porque, provavelmente, já perdeu o sabor. Agora me diz se você consegue entender esse seu ato repugnante de colocar componentes de petróleo e sabores artificiais na boca e transfomá-lo numa cáca nojenta e cheia de saliva?

Não é o fato de você gostar de morango que dá autorização de mascar chicletes sabor artificial de morango. Sabe o que é tão gostoso quanto chicletes sabor abacaxi? O próprio abacaxi! Não existe razão para você mascar algo que imita o sabor de frutas por 10 minutos. Em 5 minutos você consegue comer duas bananas, que são muito mais nutritivas e gostosas que o corante amarelo chamado Bubbaloo Banana.

E quem foi o grande sábio que deu a ideia de um chiclete de canela? Se não é boa naturalmente, não tinha jeito de ficar boa artificialmente. Não esqueça também das combinações de sabores que só fazem sentido para uma criança hiperativa. Essas, que não consegem se concentrar em um único sabor, ficam distraídas por alguns minutos tentando separar os sabores de mirtilo, noz de cola e kiwi silvestre, encontrados todos na mesma caixinha.

Existe uma família de chicletes (que não é a Addams) ‘naturais’. Vendidos em lojas de produtos verdes e naturais, esses chicletes trazem a promessa de não terem nenhuma parte artificial. Alguém precisa combater essa mentira. Esses chicletes são mais artificiais que os filhos do Gugu. Chicletes são naturalmente artificiais.

Deve existir alguma lei global que impede os chicletes de serem vendidos por unidade. Nunca ninguém comprou apenas um. Até mesmo quem compra aquela tradicional caixinha amarela está levando, na verdade, dois. Não satisfeitas, as pessoas fazem questão de oferecer chicletes e repassar esse péssimo hábito de ficar igual bode no pasto.

Só existem duas razões nesse mundo que dão autorização irrefutável para mascar chicletes: 1) problemas de arcada dentária, que exigem a mastigação como terapia; 2) ser o MacGyver e estar na urgência de fechar um vazamento. Caso não esteja nas condições acima, pode ir tirando esse chiclete imundo que você colocou na boca, logo depois de ter lido o primeiro parágrafo e jogado fora aquela coisa sem gosto.

Não. Celular no avião, não.

20 jan

Sinceramente? Eu sou muito a favor de proibição de celulares em aviões. Sério mesmo. Ainda mais em épocas de passagens baratas. Já pensou o número de fudidos ligando pra dizer que estão “vuando”? Na boa, pra que você precisa de um celular ligado num avião? Não é como no carro que, de minuto em minuto, alguém te liga pra saber onde está. “Olha, a gente acabou de passar na fronteira de Goias com Minas. Já estamos chegando.” E se for pra dizer que vai atrasar, dane-se. Se tem alguém te esperando no aeroporto, é só ver na tela de aviso o número do vôo e ver se está no horário ou atrasado. Pronto, é isso. Mas imagina se liberam isso. Ligação para você.

– Alô?
– Oi, Fulano. Onde você tá?
– Cara, no avião.
– Mas aonde? Em que local?
– Sei lá.
– Mas vai atrasar?
– Eu realmente não sei.
– Por que se atrasar eu não vou poder esperar aqui no aeroporto.
– Peraí que eu vou mandar o piloto acelerar aqui, beleza?

Pra que usar telefone dentro de um avião, meu Deus? “Hum! Esse lanche não tá bom. Vou pedir uma pizza. Alô? Vê uma pizza metade calabresa e a outra metade portuguesa. Não, não. Portuguesa tem ovo e ai no avião é meio ruim. Vê a outra metade presunto mesmo. A entrega? Olha, se correr ainda dá pra deixar no aeroporto de Brasília, que é onde eu vou fazer conexão.”E aí vai ter gente que vai dizer: “Mas se for alguma urgência?” Dane-se. Que tipo de urgência você vai conseguir resolver num meio de um vôo? “Aeromoça, por favor: Você pode trazer um copo de água? É que a minha casa tá pegando fogo a 30.000 pés de altura. Pede pro piloto passar bem em cima pra eu poder apagar o incêndio.”

Eu sou a favor de tudo dentro do avião: Laptop, Nintendo DS, PSP, cigarro, sexo, cigarro depois do sexo etc. Menos celular. A não ser que permitam o celular somente durante o vôo. Se você só pudesse usar celular numa viagem de avião eu concordaria 100%. Assim que o avião pousasse, a comissária falaria: “É terminantemente proibido o uso de aparelhos celulares em terra. A ANAC só recomenda o uso de aparelhos celulares acima dos 20.000 pés de altitude.”

A Arte de Procrastinas ou Como Eu Parei de Enrolar para Escrever Esse Texto

5 out

Procrastinar é uma arte. Não fazer amanhã aquilo que você pode fazer depois de amanhã tem lá seus desafios. O ato de enrolar até a última hora exige muita criatividade e jogo de cintura. A humanidade é a maior prova disso. Grandes mudanças só ocorreram nas vésperas do pior acontecer. E se aconteceu, é sinal que não era tão pior assim. Tanto que ainda estamos por aqui.

Não confunda procrastinação com pregruiça. Aliás, chamar alguém de preguiçoso não deveria ser uma ofensa. A preguiça não é pecado. Se bem praticada, a preguiça é uma dádiva. Os preguiçosos conseguem apreciar mais do que ninguém cada minuto da vida. Principalmente aqueles cinco minutinhos que ficam entre o despetador e o olhos abertos.

Também não confundir procrastinador artista com artista procrastinador. O procrastinador artista é aquele que mede exatamente o tempo entre o “Cedo demais” e o “Me fodi”. Já o artista procrastinador é o profissional da arte que enrola para fazer seu trabalho. Com raríssimas exceções – desconhecidas até hoje – artista procrastinador é um pleonamo. E do vicioso.

O procrastinador autêntico, o de raiz, tem timing. Mais do que ninguém ele sabe quando começar um trabalho, mesmo que falte dez minutos. Quem procrastina bem está um passo a frente das Leis de Murphy. É o único vício que o dependente sabe a hora de parar. Prazo curto é a maior liga do procrastinador. Não é a toa que passar muito tempo de férias é entediante. Não tem prazos estourando.

O que não vale é procrastinar a troco de nada. A má procrastinação é a que não tem justificativas. Se você enrola para ver o jogo do domingo, tudo bem, pelo menos você torceu e se divertiu. Agora se você continua vendo Faustão depois, aí não tem como forçar. Você pode enrolar para ler Douglas Adams, mas não para Paulo Coelho. Você deve assistir O Poderoso Chefão pela vigésima vez, mas Rambo IV pela primeira é desperdiçar tempo.

Infelizmente algumas pessoas não entendem essa arte. Pensam que qualquer distração é procrastinar. Mentira. Para se tornar um procrastinador artista existe uma regra básica: só procrastine por algo que seja mais interessante que suas prioridades. Sexo é a melhor forma de procrastinar porque, se você não consegue cumprir o prazo, pelo menos você não se fode sozinho.

Para se tornar um grande procrastinador artista é preciso treino. Muitas pessoas tem esse talento nato. Outras aprendem com o tempo. No fundo, a arte da procrastinação é igual a todas. Depende muito mais da intenção do que da interpretação. Quem vê essa arte sendo feita precisa entender o porquê. Senão é como alguém que vê uma obra de Picasso sem ter conhecimento: “É um espanhol maluco que teve preguiça de pintar um quadro direito.”

Corredores, Gôndolas e Tudo o Mais

28 maio

Sempre achei todo supermercado uma bagunça. Por mais arrumado e elitizado que seja, nenhum produto está no local onde realmente deveria estar. Quando eu era criança, por exemplo, não entendia porque os salgadinhos não estavam no mesmo corredor que os refrigerantes. Não fazia sentindo nenhum o meu chocolate preferido estar a gôndolas de distância dos potinhos de iogurte. E pior: o leite condensado, um néctar dos deuses, ficar ao lado de algo tão sem graça como o creme de leite.

Os supermercados fazem de tudo para você ficar com peso na consciência. Já percebeu que produtos light e diet sempre ficam depois dos produtos normais? Não há ser humano que não pensei duas vezes em trocar por um suco de soja aquele refrigerante hipercalórico que já está no carrinho. Está para nascer o homem que não fique deprimido de pegar comidas congeladas gordurosas olhando para todas aquelas opções de hortaliças e verduras bem ao lado. Ah! Sem falar que colocar as frutas ao lado do freezer de sorvete é a maior sacanagem de todas.

Por que, por exemplo, as cervejas sempre ficam no lado oposto dos aperitivos? Esse corredor deveria seguir uma lógica: depois da cerveja, amendoins, castanhas, batatas e qualquer coisa que dê para beliscar. Sem contar, é claro, que a picanha deveria estar logo ali, passando o ovo de codorna, antes do carvão. Até entendo que botem as carnes ao fundo do supermercado, mas colocar barrinhas de cereais e biscoitos logo no outro corredor? Dê-me paciência.

Vinhos deveriam estar sempre ao lado da massa e do molho que combinam. Seria quase que obrigatório levar o kit completo. Um fettuccine ao molho Carbonara tinha que vir com qualquer tinto ligeiro. E um segurança devia ficar lá, de prontidão, para reprimir aquele que ousasse levar uma lasanha à bolonhesa com vinho branco. O que também evitaria aquele papo de enochato que gosta de ficar sugerindo vinhos estranhos para comidas simples. É aquilo que está ali e acabou.

Mas o que basicamente me irrita em supermercados é o nome que eles dão para cada corredor. Por um acaso na seção de enlatados eu consigo encontrar latinhas de refrigerante? Até onde me consta lata é lata, não importa o conteúdo. E o leite em pó que vem em lata? Não está nem nos enlatados, nem nos laticínios. Vá entender. Aliás, a parte dos laticínios é a mais sem noção de todas. Tem leite integral, leite semidesnatado, leite desnatado e ovos. É isso mesmo, ovos. Aí sempre alguém fala “Ah! Mas ovos podem ser considerados laticínios.” Tudo bem. Mas se nem os queijos, nem a manteiga estão nessa seção, por que os ovos deveriam estar? Na verdade, o corredor dos laticínios não é problema do supermercado. É da língua portuguesa.

8, 12, 15, 18 ou 21 anos?

1 abr

Ela já foi motivo de amor, de ódio, de casamento e de separação. Muitas mulheres já sofreram por ela. Muitos homens também. Em várias épocas teve uma importância descomunal. Em algumas culturas era divína. E ainda hoje há quem venda e, principalmente, quem pague por uma. Sim, eu tô falando da virgindade.

Primeiro que, quando se fala em virgindade, sempre a mulher vem em primeiro lugar. Até mesmo porque é o único ser que pode provar que é, de fato, virgem. O homem, não. O homem mente a vontade, fala que desde os 9 anos tava alí, pegando a empregada e ninguém pode desmentir. Acreditar, ninguém acredita. Mas desmentir jamais.

Antigamente a mulher casta era considerada sagrada.Para os incas, as virgens eram jogadas em vulcões em erupção como um sacrifício para os deuse. Ou seja, de uma forma ou de outra as incas virgens sempre se fudiam no final. Para os gregos, somente uma virgem poderia falar com os oráculos de Delfos. Os romanos, apesar do valor que davam a um bom bacanal, eram hipocritas o suficiente para exigirem mulheres virgens para casar.

Não existe religião que não fale sobre a virgindade. Judeus ortodoxos não podem nem tocar em pessoas do sexo oposto antes do casamento. Cristãos, além de manterem a castidade até o casamento, ainda acreditam na Virgem Maria, a mãe do filho de Deus. Os monges budistas são castos até a alma. E, falando sério, quem não queria o paraíso dos mulçumanos, com 70 virgens?

Durante a Idade Média casamentos reais tinham sempre que ter uma moça casta. E nessa época é que eram chatos mesmo com a virgindade. Na noite de núpcias do casal, uma comissão formada pelo bispo e alguns outros membros da corte ficava no quarto para poderem confirmar o casamento. E há quem diga que, assim que consumado o fato, os serviçais do Palácio penduravam o lençol da cama com uma mancha vermelha para que todos pudessem ver. E tenho dúvidas de onde veio o vermelho da maioria dos países europeus.

Com o tempo, a mulher passou a ganhar espaço em várias situações, mas se não fosse virgem ao casar, era mulher da vida. Na primeira constituição brasileira existe um artigo no qual todo casamento pode ser anulado se a mulher não for casta. Ou seja, o homem que casava, no fundo, no fundo comprava um cabaço. A diferença pra hoje, onde tem mulher que vende pela internet, é que antigamente saía mais caro e durava a vida todinha.

Hoje o hímem é uma espécie rara. Em extinção. E isso não quer dizer que os tempos mudaram, que as mulheres ficaram, digamos assim, mais devassas. A principal diferença de hoje é que as coisas estão ficando escassas. Com o número crescente de homossexuais, as mulheres sentem a necessidade de dar antes que não sobre nem mais um hétero. E por mais irônico que seja, essa é a mesma necessidade que alguns “homens” estão sentindo hoje.

Mas isso não quer dizer que a virgindade caiu em desuso. Hoje, o hímen virou artigo de luxo. Hoje o cabaço é que nem uísque: os de 8 anos você nem bebe, os de 12 você toma com uma preocupação enorme com o dia seguinte, de 15 já dá pra aproveitar tranquilo, de 18 é o ideal e de 21 você não toma, degusta, porque é uma peça rara. Então fica esse recado para os homens: quando você tiver uma virgem na sua frente, lembre dos uísques.

Gente de Rua

16 mar

Não sei se muita gente sabe disso, mas o IBGE só considera uma cidade cidade quando essa cidade tem, pelo menos, a prefeitura, um bar, uma praça, a igreja da praça e o puteiro atrás da igreja. Qualquer que seja a cidade, no menor interior possível, sempre vai ter isso. E toda cidade sempre vai ter mendigos e gente que vive na rua.

Eu sei que é uma coisa muita séria falar sobre esse povo que vive na rua. Mas, se eu viver pra ajudar esse povo, quem vai ficar na rua sou eu. É muita gente pedindo em tudo quanto é canto. E o foda é que eles ganharam a concorrência dessa galera que faz malabarismo e cospe fogo. Eu não dou um centavo. Se eu quisesse ver alguém cuspindo fogo eu ligava a TV no programa da Sonião Abraão. Ali sim, só dá dragão.

O pior é saber que só existe essa gente porque tem gente que dá dinheiro. Vê se em Israel tem isso? Não tem. Dúvido alguém sobreviver pedindo dinheiro numa cidade de judeus. E fora que os mendigos não sabem o que fazer com o dinheiro. Um tempo desses saiu uma pesquisa que dizia que alguns desses pedintes faturavam R$50,00 por dia. Trabalhando 20 dias por mês serão R$1.000,00 limpos. Aí não pagam nenhum imposto, não pagam aluguel, telefone, conta de luz e água. Como é que esse povo ainda continua na rua?

Tem mendigo que pega o dinheiro e gasta tudo com bebida, cigarro, drogas e putas. Ou seja: o cara quer ser o Rico Mansur dos miseráveis. Não que o Rico Mansur faça tudo isso. Ele não fuma. Aliás, se tem uma coisa que me intriga é a profissão do Rico. Gente, ele é jogador de pólo. Ser jogador de pólo no Brasil é que nem ser jogador de vôlei de praia no Alaska.

Mas o que eu fico mais impressionado com essas pessoas que pedem dinheiro na rua ou que moram é que elas nunca estão sozinhas. Já cansei de contar quantos mendigos vi que tem cachorro. É incrível. É por isso que dizem que o cachorro é o melhor amigo do homem. Uma relação totalmente desprovida de interesse.

Outros que me surpreendem também são os cegos que pedem esmola. Vocês já repararam que sempre tem um que enxerga perfeitamente bem guiando-os na direção dos carros? O que me deixa numa dúvida muito cruel: se eles são pessoas normais, sem problemas, por que é que eles não vão trabalhar pra ajudar esse povo? Ou então facilitar mais ainda a vida do cara. Colocava o ceguinho na esquina com uma placa indicando e chegava falando: “Senhor, o senhor teria um trocado pra dar pro ceguinho da esquina?” Aí sim iria ajudar. Ou melhor: botava um surdo-mudo pra guiar os cegos. Pronto. Matava dois coelhos numa cajadada só.

P.S.: Para quem achou humor negro e de mal gosto, por favor, dirija-se a este link.

Mas e o Fenômeno?

10 mar

Conversa de amigos entrando no estádio.
– O Fenômeno vai estrear hoje.
– Não vai não.
– Vai, “homi”. Tudo quanto é jornal tá dizendo isso. Disseram até que ele pediu pra jogar.
– Ele pode até ter pedido, mas não vai entrar em campo de jeito nenhum.
– Mas então por que tá todo mundo dizendo isso? Saiu até na Globo.
– Aí já não é problema meu. Vou valendo uma 20 reais e uma chulipa.
– Rapaz, eu vou apostar com você.
– Então tá feito.
– Então tá. – O homem, mesmo na dúvida, ficou na aposta.
Vinte e cinco minutos do segundo tempo.
– Tem substituição no Coringão. Olha lá! Lá vem o homem entrando. É o Fenômeno.
– Olhe bem. Acho que não é não.
– Ô, sô! Tá me chamando de mentiroso ou tá com raiva porque perdeu a aposta? É ele sim. Olhe aí, camisa número 9 nas costas, dente pra frente e a barriga.
– Então “vamo” esperar ele fazer alguma coisa dos tempos que jogava no estrangeiro pra ver se é ele mesmo.
– Mas você não tá vendo que é ele, cabra teimoso? Me paga logo os 20 reais e a chulipa.
– Dou no final do jogo. Tá ruim de pegar o dinheiro no bolso com esse povo todo aqui.
– Então tá!
Final do jogo. 2 a 0 do Corinthians em cima do Itumbiara pela Copa do Brasil.
– É, já dá pra tirar o dinheiro da aposta. “Vamo” logo que eu quero ir pra casa.
– Mas quem disse que eu perdi a aposta?
– Mas que cabra safado. Você viu o homem entrar lá e não tá querendo pagar a aposta.
– Não vi nada. O Fenômeno não entrou em momento nenhum do jogo.
– Claro que entrou. Segundo tempo, número 9 do Corinthians. Ou vai dizer que você tem amnésia e não viu o Ronaldo entrar?
– Ah! O Ronaldo eu vi entrar, sim.
– Então? Você perdeu a aposta.
– Perdi nada.
– Claro que perdeu. Acabou de dizer que viu o Ronaldo entrar.
– O Ronaldo entrou, mas e o Fenômeno?
– Mas, mas… – Pensou, pensou e, sem encontrar desculpas, tirou 20 reais do bolso e deu ao amigo.
– E o braço pra chulipa, cadê?

Sonho Dourado acabou pra Cinderela

21 ago

Sempre achei o Diego Hypólito dourado demais, brilhoso demais. Parece que toma banho com Lustramóveis e se ensaboa com cera da 3M. Vez ou outra ele passa talco de purpurina. Juro que não torcia contra ele, mas que ele mereceu, mereceu. Antes de mais nada é preciso respeitar os adversários e sempre, sempre lembrar que “cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém”. A cautela ele não teve em entrevistas e declarações, mas quando ele caiu parecia uma galinha tentando voar.

A vontade que eu tive depois de ver a final era gritar na cara dele: “Ouro de cú é rola!”. Era bem provável que ele gostasse. E, sinceramente, cair de bunda é com ele mesmo. Cair de bunda, cair de boca, cair em cima… Nessas modalidades ele é medalha de ouro. Ou melhor, ele é ANEL DE COURO. E também acho que ele deveria competir em outra modalidade da ginástica: nas argolas. E se tem uma coisa que eu não gosto nas irmãs Hypólito é que são muito metidas (sem trocadilho).

Diego, um conselho: para Londres, em 2012, leva na bagagem um pouco de humildade. Ah! E por favor: devolve a vara da Fabiana Murrer.

Rapidinhas – O Fenômeno e o Padre

14 maio

FENOMENAL

Então, o Ronaldo vai ser pai pela segunda vez. Ou será que vai ser mãe? E agora, será que todo travesti vai ter filho? E se o filho for realmente do Ronaldo com a Andréia, vai ser um Fenômeno (da natureza). Engravidar traveco, taí um fenômeno recente do Ronaldo. E quando todo mundo pensava que ele e as bolas não funcionavam direito, PIMBA!, lá vai o Ronaldo ser papai de novo. É por isso que eu digo que o Ronaldo continua batendo um bolão. E ele falou pra Ana Maria Braga: “Eu queria que fosse menina!”. Ele deve ter pensado a mesma coisa quando tava no motel com os travestis. E o bom de toda essa nóticia é que a família da noiva já havia perdoado o R$onaldo. Ainda bem que a mãe também perdoou. Só quem ainda não perdoou foi a Andréia.

PERTO DE DEUS

O padre anafórico Aderli de Carli (bem melhor para nome de popstar que Marcelo Rossi) pensou que era desenho animado. Comprou 500 balões da companhia ACME e encheu. E tudo para conseguir levantar vôo. E com tanta promoção da TAM e da Gol, ainda tem gente querendo inventar transporte aéreo alternativo. Tão dizendo que a notícia só foi tão comovente porque era um padre. Não acho. Inclusive acho que foi até mais sensata. Quem é o padre que não quer ficar mais próximo do Chefe para puxar saco? E disseram que o padre tava com pouca bateria e não sabia operar o GPS. A última pessoa a falar com o padre disse que as últimas palavras dele foram: “Mas quando tá piscando uma luz vermelha e tocando uma sirene no GPS, o que significa?”. E depois que a igreja ficou sabendo do feito do padre, o Vaticano já anunciou que OVNIs podem existir. Ou seja, se você ver balões coloridos no céu, com uma anta “pilotando”, não estranhe e nem avise os Bombeiros, certamente não é o padre.